com o devido respeito pelo autor e visados deste texto apenas o reproduzimos por motivos informativos e históricos...
Quinta-feira, 14 de Fevereiro de 2008
Cemitério
Trago hoje duas fotografias de lápides que existiam no cemitério do Quitexe e que evocavam, uma, os mortos no dia 15 de Março de 61 e a outra os militares portugueses, todos sepultados naquele cemitério. Estas fotografias foram retiradas do site
http://ultramar.terraweb.biz/, não estando identificado o seu autor, a quem agradeço.
O que mais impressiona são as crianças!
Laura de Jesus Soares da Ressureição - 4 anos
Luiz Osvaldo Fernandes Corrente - 5 anos
José Manuel Cebola Guerreiro - 6 anos
José Luiz dos Santos Albuquerque - 7 anos
Humberto Romano de Freitas Silva - 8 anos
Maria Emília dos Santos Albuquerque - 9 anos
Ilda dos Prazeres Soares
Adelina (?) da Conceição das Dores Teixeira Fernandes
Umbelina dos Santos Carmo
Joaquina de Jesus Guerra Borges
Maria Coelho Guerreiro
Maria Cesaltina Pires Ferreira
Esposa de António Mendes
Mário da Ressureição
Carlos Taylor Corrente
Manuel Maria Gurreiro Mendes
Henrique do Nascimento Pires
José Poço
António Mendes
Vieram morrer tão longe da sua terra!
publicado por Quimbanze às 21:45
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O êxodo dos Brancos de Angola- um livro por escrever na primeira pessoa
Por Mandachuva
Mais uma vez o relato de familiares de ex-militares ...neste caso a esposa !
Os outros são como Savimbi escreveu no seu livro "ANGOLA a resistência em busca de uma nova nação”:
pàg 64 - "O êxodo dos brancos desequilibrou profundamente a vida politico-económica de Angola.
Houve quem escrevesse que a maior parte dos brancos residentes em Angola tinhaaderido à UNITA e desertou dela depois de certas afirmações de dirigentes do Partido, nomeadamente o meu discurso de Julho de 1975 no Cuma...//..."
" A UNITA foi o único movimento que tomou posições claras, límpidas, em relação à nacionalidade angolana. Foi ela que manteve(como mantém) a sua posição de que nas circunstãncias do nosso país, angolanos podem ser os pretos, os mestiços e os brancos.
Quinhentos anos de vivência em comum representam alguma coisa. Quinhentos anos de mistura de costumes e de sangue não são pouco.
A UNITA defendeu o ponto de vista da nacionalidade para brancos e mestiços, desde que estes estratos populacionais se identificassem com a construção harmoniosa de uma nova Angola, aceitando entrar na "escola da História" ,para que os pretos, que são a maioria, não vive3ssem constantemente dos seus ressentimentos e os brancos quisessem transpor para uma Angola independente a sua vida de privilégios passados durante a época colonial."...//...
"Foi essa base única que fez com que brancos pretos e mestiços aderissem em massa à filosofia do nosso partido."...//...
"Quanto ao meu discurso no Cuma, ele foi apenas um reflexo da situação que se vivia...//...tinha estado a dialogar comigo certos elementos brancos que se diziam amigos da Unita -o banqueiro espirito Santo e o Eng Fernando Falcão, Pinto Leite e o Eng. corte real, e outros mas com objectivos um pouco diferentes.
O Falcão ia para convencer-me de que a Unita devia capitular diante do MPLA porque ele tinha estado em Luanda e vira aí desembarcar armas electrónicas. outros sustentavam que os únicos brancos que tinham escolhido um Movimento de Libertação se identificavam com o Mpla.. segundo eles, os brancos filiados na UNITA tinham-no feito para procurarem da parte dela protecção para os seus privilégios. Foi por isso que eu quis lembrar aos brancos do Cuma que a Independência exigia de cada um uma dose de sacrifício..."
"E se eu quiser examinar erros cometidos nas áreas da Unita, no Huambo e Lobito, Lubango e Moçamedes fácil me será concluir que as populações pretas, brancas e mestiças não estavam absolutamente nada preparadas para esse encontro fraternal.
“A população branca queria manter os seus privilégios dentro do país independente."
"Os Erros cometidos em Angola resultaram da intransigência de certos elementos, uma vezes negros outras vezes brancos, que não estavam prevenidos de que todo o extremismo gera calamidades e que não aceitavam moderação nas suas reivindicações."
"Retomando a questão do Exodo dos Brancos, quero dizer que, no meu entender, ele não foi ocasionado pela sucessão dos acontecimentos ou pela falta de tempo par a educação das massas. Foi deliberadamente precipitado por Rosa Coutinho, que sabia bem que a única coisa que faltava ao MPLA, nessa altura, para poder aguentar a administração, eram os brancos, que não tinham contudo nenhuma simpatia por aquele movimento.
Por isso Rosa Coutinho fomentou atrocidades contra os brancos, para que eles se precipitassem para os portos e aeroportos e par os seus carros- deixando um vácuo que só o MPLA poderia preencher graças ao envio apressado de lisboa de quadros do partido comunista, para reforçarem a sua posição. Foi essa a razão fundamental do êxodo dos brancos."
Recolhas de Renato G. Pereira
http://www.prof2000.pt/users/secjeste/aidaviegasEXCERTOS:
Foi o caso duma interessante conversa que Matilde ouviu uma tarde ao entrar num pequeno bar duma vila do centro do país onde, como é habitual, um grupo de homens, costumava juntar-se em amena cavaqueira. No momento a conversa estava animada. Os temas, como as cerejas, iam-se encadeando uns nos outros passando, inexoravelmente na altura, pelos retornados.
Uns queixavam-se disto, outros acusavam-nos daquilo, sendo, porém, todos unânimes na ideia de que os regressados de África estavam a constituir uma praga, tal era o número dos que afluíam dia após dia ao Velho Continente.
— Na realidade, disse um dos presentes à laia de conclusão, daqui a pouco, não se vê mais nada nesta terra senão retornados e cães!
— É verdade, é verdade...
— Você é que tem razão - aplaudiram quase em uníssono todos os presentes.
De repente, alguém reflectiu e, uma voz se levantou do meio do grupo:
— O senhor por acaso não é retornado? Ou é?
— Claro que sou, homem!
— Eu também, exclamou quem falara e, ambos desataram a rir com vontade perante o espanto dos demais que de repente não se haviam apercebido onde estava a piada.